Condromalácia patelar
- Lúcia Fernanda

- 20 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
O que é condromalácia patelar?
Se você já sentiu dores nos joelhos para subir ou descer escadas sabe o quando esta situação é incomoda e limitante. Em muitos casos, pode ser apenas uma tendinite, o seu tendão pode estar sobrecarregado por algum desalinhamento postural ou excesso de uso, mas em um número bem expressivo dos casos o motivo principal pela dor ou muitas vezes um incomodo, como se o joelho estivesse rangendo é a condromalácia patelar.
A condromalácia é caracterizada por um desgaste da cartilagem, neste caso, a cartilagem que fica entre a patela e o trilho por onde ela desliza, que fica na extremidade do fêmur, numa estrutura que chamamos de tróclea.
Quais são os graus da condromalácia?
Graus I e II
O desgaste da cartilagem pode ter vários graus de comprometimento, nos graus mais leves (I e II) apenas a superfície do tecido está irregular, ou seja, não está liso como deveria ser para que haja um bom deslizamento da patela.
Graus III e IV
Nos graus mais graves (III e IV), começa a ocorrer sinais de compressões que já afetam a parte óssea logo abaixo da cartilagem e até mesmo já iniciar processos de deformidades adaptativas no osso.
É importante entender que, exceto por algumas síndromes, na maior parte dos casos, o desgaste da cartilagem ocorre por desalinhamento articular, normalmente causado por vícios posturais, maus hábitos de movimentação, muito tempo sentado com os joelhos a 90° sem movimentação e erros de movimentação no gesto esportivo.
Quando existe rigidez articular por baixo índice de movimentação diário e repetição de movimentos que tendem a desalinhar a articulação do joelho, aumentamos a tendência de que ocorram atritos entre as cartilagens dos joelhos, gerando esta situação de desgaste constante à medida que mantemos uma rotina repetitiva.
Tratamento para condromalácia patelar
A solução para este problema é simples, mas exige esforço para mudança. Ela tem que começar com pequenas mudanças na rotina, aumentando a gama de movimentos que fazemos durante o dia e nos conscientizando dos movimentos que geram compressão e desalinhamento.
Existem suplementos articulares como o ácido hialurônico, que está sendo utilizado de forma abrangente em clínicas particulares principalmente. A ação deste produto é natural, lubrificar a articulação, aumentar o líquido e a viscosidade dele para que a articulação deslize normalmente. O problema é que em muitos casos acabam lubrificando, ficam sem dor por um tempo e depois de 6 meses os sintomas voltam e repete-se o ciclo.
Claro que o lubrificante não é capaz de realinhar a articulação, no máximo alivia os sintomas, equilibra o Ph por um tempo, mas para termos os melhores resultados, temos que reequilibrar a musculatura e ganhar mobilidade. Os micro-movimentos fazem toda a diferença quando se trata de alinhamento articular e mudar hábitos de movimentação, para gerar resultados definitivos, ganhos reais em termos de mudança de postura e biomecânica.
Durante o processo de reaprendizado motor na fisioterapia ensinamos também alguns detalhes em relação às atividades de vida diárias, como subir e descer escadas, que facilitam muito estes ganhos e diminuem a sobrecarga articular.
Algumas vezes, parte do problema está no quadril ou no tornozelo, pois limitações destes micro-movimentos articulares nas articulações mais próximas podem afetar e sobrecarregar diretamente o joelho.
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